4. A Assunção corporal da Virgem Maria ao Céu



Leitura: 2Tm 2,8.11-12a; Ap 12,1
Que nos diz este mistério? Que a Virgem Maria, assim que terminou seu caminho neste mundo, não ficou na morte, mas de um modo que só Deus conhece, foi elevada ao céu na glória de Cristo, em corpo e alma. Assim aquela que perfeitamente sofreu com Cristo, perfeitamente reina com Cristo; aquela que, ao pé da cruz, perfeitamente morreu com Cristo, perfeitamente vive com Cristo! (cf. 2Tm 2,8.11). Por isso mesmo, a Igreja vê nela aquela Mulher totalmente vestido do Cristo, que é o Sol verdadeiro, tendo já sob os pés a lua, que simboliza as realidades deste nosso mundo que passa, que muda como as fases da lua!
Que nos ensina este mistério? Primeiro nos mostra a força e a eficácia da Páscoa do Cristo: Ele não somente é glorioso, mas é também glorificante! Na potência do seu Santo Espírito, ele nos encherá de glória. É isto que já fez de modo pleno na Virgem Maria. Por isso mesmo, este mistério do rosário nada mais é que a contemplação dos efeitos da glória de Cristo em Maria Virgem. Nós, desde o nosso batismo, recebemos o Espírito de glória, que vai crescendo em nós pelos sacramentos, sobretudo pela eucaristia. Deste modo, assim que morremos, somos glorificados de modo pleno na nossa alma e, no fim dos tempos, também nosso corpo será glorificado. Pois bem, na Virgem Maria, pela sua santa e imaculada conceição e pela perfeita união ao Cristo morto e ressuscitado, ela foi glorificada em todo o seu ser – corpo e alma – imediatamente após a sua morte. Nela, a manifestação da glória de Cristo já é plena; nela, já aparece de modo pleno e radioso aquilo que todos nós ainda esperamos. Ela é a única que já se encontrada ressuscitada também no seu corpo. Todos os outros santos esperam ainda a ressurreição da carne, mesmo se já estão na glória do céu com suas almas...
Notemos que este mistério só faz ressaltar o poder e a glória do Cristo, o Glorificante, aquele que nos enche da sua santa e eterna glória. É por isso que não se diz que a Virgem Maria teve uma ascensão (pois não foi ela própria que se elevou ao céu), mas uma assunção (ela foi elevada na glória do seu Filho. E esta glória é o próprio Santo Espírito, que é Senhor e Vivificador).
Deste modo, a Igreja e cada um de nós podemos olhar a Virgem como um claríssimo sinal de santa esperança, pois onde ela agora está, nós todos estaremos um dia, no Dia de Cristo, totalmente transfigurados nele. Por isso, sigamos o conselho de São Bernardo e, nas dores, incertezas e prantos da vida, invoquemos a Estrela, olhemos Maria, que já se encontra onde todos nós esperamos estar!