Nossa Senhora da Consolação
ORAÇÃO DA
CONSOLAÇÃO
Senhor Jesus Cristo, Vós que vos sensibilizastes ao
ver: O povo sofrendo, os apóstolos cansados, os jovens desesperançados, os
doentes tristes, as crianças esquecidas, os pobres oprimidos, os mulheres
marginalizadas, e vos comprometestes e os consolastes exclamando: "vinde a
mim todos que estais aflitos e eu os aliviarei" (MT. 11.29). Nós vos
pedimos luz para imitar o exemplo de Maria a quem nós amamos e invocamos como
nossa Mãe da Consolação. Fazei-nos, por ela, descobrir a forma de sermos
solidários com aqueles que choram, com os pobres, os mansos, os que têm fome e
sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que buscam a paz e
os que são perseguidos por causa da justiça.
Senhor, que dessa forma, com a ajuda de NOSSA MÃE
DA CONSOLAÇÃO, consigamos realizar o vosso reino de justiça, de serviço, de liberdade
e fraternidade. Senhor, que MARIA, MÃE DA CONSOLAÇÃO, seja nossa companheira de
caminhada e nos ajude a chegar até vós, que sois o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA.
AMÉM.
- ORIGEM HISTÓRICA DO TÍTULO
Era costume, na Judéia, que as mulheres, desde
pequenas, andarem cingidas com uma correia, como símbolo de pureza. A
Santíssima Virgem, como toda judia, também usou a correia durante toda sua
vida. Para mostrar aos fiéis quanto lhe é grata a devoção à sagrada correia, a
Mãe de Deus tem-se manifestado por diversas maneiras e realizado inúmeros
prodígios.
Por ocasião de sua morte, narra a
tradição, achavam-se, reunidos junto dela, e receberam as suas últimas palavras
e despedidas, todos os apóstolos, exceto São Tomé, que, estando muito longe,
chegara três dias depois. Estando sepultada a Santíssima Virgem, ficou ele
muito triste e teve grande desejo de vê-la ainda uma vez. Os apóstolos, que
ainda velavam o sepulcro, removeram a pedra que o fechava, para atender ao seu
pedido. Com espanto geral, viram que o corpo de Nossa Senhora não se achava
ali, encontrando-se apenas suas vestes e a correia no meio de rosas que
exalavam suave perfume.
O Apóstolo Tomé venerou com muito respeito as
relíquias, que ficaram guardadas na mesma sepultura. Por devoção, e como
lembrança da Santíssima Virgem, usou, desde aquele dia, uma correia e com ela
realizou extraordinário prodígio, narrada pela tradição.
Passados muitos anos, um novo acontecimento veio acentuar a fama da
santa correia:
Juvenal, patriarca de Jerusalém,
encontrou, no sepulcro da Santíssima Virgem, sua correia, e a Imperatriz Santa
Pulquéria a fez transportar para Constantinopla, colocando-a numa Igreja de
Nossa Senhora, construída para este fim. A piedade da princesa contribuiu para
que se aumentasse a devoção à correia de Nossa Senhora entre os fiéis da Igreja
grega, na qual se estabeleceu a festa de sua Invenção e outra, da sua
Trasladação.
Este culto continuou por muito
tempo, pois, São Germano, Patriarca de Constantinopla, pelos anos 720, escreveu
e pronunciou diversos sermões em honra da correia de Maria, citando vários
milagres sucedidos pelo seu uso. Num dos sermões, diz o seguinte: "Não é
possível olhar nossa venerável Correia, ó SS. Virgem, sem sentir-se cheio de
gozo e penetrado de devoção".
O Monge Eutimio, que viveu pelos anos de 1098,
pregando sobre ela, dizia: Nós veneramos a santa correia, vemo-la conservar-se
inteira depois de novecentos anos: cremos que, de fato, a Rainha do Céu
cingiu-se com ela.
- COMO SURGIU A DEVOÇÃO?
Piedosa tradição narra que, estando Santa Mônica
muito desolada com a morte de seu marido e com os descaminhos de seu filho
Agostinho, eis que lhe aparece a Virgem Maria, vestida de negro e trazendo uma
correia. Mandou-lhe que se vestisse desta maneira e entregou-lhe a correia,
garantindo-lhe a conversão de seu filho. Ele e seus companheiros deveriam
vestir-se assim em memória da paixão de Jesus e usar a correia em homenagem a
ela. Bem mais tarde, surgiram na Ordem Agostiniana as Confrarias de Nossa
Senhora da Consolação e Correia e de Santa Mônica e Santo Agostinho, unidas em
1575 numa grande Arquiconfraria. No Brasil, a devoção começou a ser divulgada
com a chegada dos Agostinianos em 1899.
O título de Maria como Nossa Senhora da Consolação
e Correia lembra ao católico a presença da Mãe de Jesus na vida da Igreja,
trazendo alegria, paz e esperança a todos os que necessitam de consolo, com
carinho especial aos pobres, aflitos, doentes e marginalizados. Ela recorda a
missão de seu Filho, que foi sensível à dor e ao sofrimento, e que veio ao
mundo para libertar o ser humano de toda espécie de mal, do pecado.
Ao trazer nos braços o Menino Jesus, Maria apresenta a única consolação
que salva realmente o mundo: O Príncipe da Paz, o Cristo, Filho de Deus e
Libertador, a Luz do alto que vem iluminar a humanidade, oferecendo um novo
caminho de solidariedade e de fraternidade.