A conjuntura política, econômica e
social do Brasil e a tragédia do rompimento da barragem em Mariana (MG)
foram assuntos destacados na coletiva de imprensa do 1º dia da 54ª
Assembleia Geral da CNBB, na tarde desta quarta-feira (06). Atenderam a
imprensa, o arcebispo de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio Rocha, e o
bispo de Campos (RJ), dom Roberto Francisco Ferrería Paz.
Ainda foram apresentados aos jornalistas
outros assuntos que estão na agenda de trabalho dos bispos em Aparecida
(SP), como atuação dos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, o XVII
Congresso Eucarístico Nacional, o 5º Centenário da Reforma de Martinho
Lutero (1483-1546), além dos jogos olímpicos e paraolímpicos do Rio de
Janeiro.
Sobre a conjuntura político-social do
Brasil, dom Geraldo Lyrio Rocha destacou que foi formada uma comissão
para elaborar um texto que será aprovado e divulgado durante o período
de realização da Assembleia Geral.
Sobre o assunto, dom Roberto Francisco
Ferrería Paz, acrescentou que neste ano de eleições municipais é
necessário resgatar o sentido da política e promover um diálogo acerca
da crise que vive o país. O bispo de Campos (RJ) integra a comissão que
vai preparar uma nota sobre as Eleições 2016.
“As eleições 2016 são municipais e se
teme que com todo este panorama de descrédito ou até mesmo de acusação
leviana de toda classe política existam um absentismo eleitoral bastante
volumoso, expresso seja em voto em branco ou voto em nulo. Nós temos
que resgatar o sentido da política”, afirmou.
Respondendo ao questionamento de um
jornalista sobre a situação atual do país, dom Roberto Francisco
Ferrería Paz salientou que a CNBB como Igreja não pratica política
partidária, não apoia nenhum partido e cabe aos leigos fomentar e animar
a política no Brasil.
“Isso é incumbência justamente do documento dos leigos. Cabe aos leigos pertencerem, animarem os partidos”, afirmou.
Tragédia de Mariana –
Dom Geraldo Lyrio Rocha falou sobre a tragédia ocorrida em 5 de
novembro, no Distrito de Bento Rodrigues, município de Mariana (MG),
provocada pelo rompimento da barragem de rejeitos Fundão, da empresa
Samarco Mineradora, vitimando centenas de pessoas.
“Nós não estamos diante de uma
catástrofe provocada pela natureza, estamos diante de uma grande
tragédia ambiental, de magnitude incalculável, provocada pela mão
humana. Portanto há responsabilidades das empresas mineradoras, o Estado
e uma ausência de fiscalização por parte dos órgãos públicos”, afirmou.
Dom Geraldo afirmou que as empresas
mineradoras estão dando apoio às famílias vitimas da tragédia, mas
salientou que as ações ainda estão longe de recuperar as vidas perdidas.
“Tudo o que tem sido feito ainda está
longe de vislumbrar soluções efetivas que permitam uma recomposição de
um quadro que foi destruído desta maneira”, finalizou.